24 de September de 2018
O velho ditado

Jornal ABC - 23/09, por JFBF

Já diz o velho ditado: “política, religião ou futebol, não se discute”, mas estamos num período interessante para refletir e fazer uma autoanálise sobre para onde as atitudes agressivas, os julgamentos e as verdades absolutas e a qualquer preço vão nos levar. Estou falando de tudo o que se vê por aí que envolve as eleições e ao nosso nítido desalinhamento como cidadãos. 

Todas as guerras da história da humanidade foram iniciadas por causa de divergências políticas e de crenças religiosas. E em todas as questões existia um ingrediente em comum: a verdade suprema, aquela que desmerece, desacredita e pretende eliminar todas as demais. Olhando para trás, conseguimos ver com clareza o quão absurdas eram algumas das teorias daquela época e o impacto do fanatismo e da vaidade em civilizações que acabaram sumindo do mapa. 

Não é exagero dizer que o produto gerado por essas discussões é o ego e, portanto, o mal, pois por conta de divergências políticas, religiosas ou mesmo de futebol já vi muitas amizades desfeitas, confraternizações virando tragédias e famílias se dissolverem sem que nada de bom tenha surgido da briga, se não a tristeza e a manutenção da realidade social.

Enquanto isso nessa fase de eleições, que deveria ter como único objetivo a identificação de um líder que nos conduza para a eficiência econômica e social, não conseguimos chegar a um consenso sadio do que queremos para o nosso futuro, pois corre-se o risco de criar inimigos. Pessoas que querem para o Brasil somente aquilo que lhes convém, independentemente do que é importante para o outro e do que cada um anda produzindo e se dedicando para merecer. Será que é assim que vamos conseguir mudar a o nosso País?

E não é exatamente isso que temos visto na política e que consideramos absurdo? Partidos com verdades únicas e políticos decidindo coisas que lhes convém, em detrimento do bem maior? Verdades distorcidas para obter vitória, o certo e o errado se confundindo, discussões e xingamentos sem conhecimento de causa. Onde cidadãos que passam brigando por ideologias políticas atrás dos seus computadores se diferenciam dos políticos que tanto atacam? Não vamos conseguir nada de positivo com pessoas dedicando seu tempo para depreciação da nação e acusações infundadas pelas redes sociais.

Comece a criar o País que você quer parando de promover o mal em discussões ancoradas em ego. Não há produto positivo que provenha do mal. Faça a sua parte propondo melhorias de forma positiva. Levante-se e trabalhe mais, de forma alegre e produtiva. Crie alternativas, promova emprego, ensine seu filho e os filhos daqueles que você não concorda, faça um trabalho voluntário, mas faça alguma coisa que movimente e produza o bem. Inspire as pessoas ao seu redor a fazerem a parte delas para que possamos nos aproximar da sonhada Pátria de ordem, progresso, paz e prosperidade.