06 de August de 2019
Altruísmo nas organizações

Jornal ABC - 04-08, por JFBF

Em tempos exaustivos como os que estamos vivendo, onde tudo o que se fala envolve crise, tecnologias e negócios disruptivos, regados por um temor generalizado sobre o futuro dos negócios, me pego pensando no papel solitário e altruísta dos líderes e empresários. Decisões difíceis tem que ser tomadas em prol da maioria e todos os caminhos levam para a superação de desafios, para uma escolha que resulta numa renúncia e provavelmente em julgamento ou sentimento de culpa. O líder tem que ser resiliente e corajoso para seguir defendendo os interesses da empresa e da comunidade onde está inserido, passando por cima, muitas vezes, da sua própria vontade de manter o negócio vivo – digo isso pois já ouvi muitos empreendedores arrependidos por terem criado o seu negócio, dizendo que hoje o sonho seria largar tudo e ir embora correndo, tipo Forrest Gump, sem olhar para trás. Quantos almejam intimamente uma vida livre de tantos compromissos e impostos – mas sustentam a sua rotina honrando o compromisso com todas famílias que seriam impactadas pela sua desistência?

Vamos falar de altruísmo dentro das organizações? Uma pessoa altruísta conhece e pratica alguns valores como humanidade, solidariedade, respeito ao próximo e pondera suas decisões pesando os seus interesses em relação ao grande grupo. Quando se fala que alguém é altruísta, quer dizer que ele tem inclinação para fazer o bem ao próximo, pensando sempre no outro antes do seu ego ou egoísmo. 

Não bastasse o desafio de manter vivo o seu negócio, o líder deve ser servidor e sustentar uma conduta positiva de tal forma que possa influenciar as pessoas a trabalharem entusiasmadas para cumprirem as metas da organização. Tem que ser líder coach e estimular as pessoas a seguirem no caminho do desenvolvimento. Acordar motivado para motivar o seu grupo. Mas quem motiva o líder? O resultado financeiro do negócio? Talvez...mas quando se está nadando contra a maré a muito tempo, não há dinheiro que pague um coração em paz e uma alma tranquila ao despertar para mais um dia de trabalho. Aí me pergunto: será mesmo que pessoas que dependem de um líder para motivar a sua vida, merecem uma oportunidade de crescimento ou uma promoção? Você, funcionário, que está desmotivado com a sua vida e com a falta de incentivo ou elogios do seu líder, já pensou em exercitar o altruísmo na sua carreira? Explico: e se ao invés de reclamar, de apontar problemas, de esperar uma oportunidade de crescimento entregue de mãos beijadas pelo seu líder que você pensa que tem como única responsabilidade entusiasmar você, sua atitude fosse de mais dedicação para ajudar a melhorar a situação da empresa pelo bem de todos? E se ao invés de cobrar respostas e incentivos, você perguntasse “como posso contribuir mais e melhor para melhorar a situação da empresa”? E se ao invés de murmurar pelos cantos porque não é promovido, você perguntasse ao seu líder o que precisa aprender mais para contribuir para o crescimento do negócio? E se você exercesse o altruísmo se doando mais para ajudar a sua empresa, o seu bairro, cidade ou país e viver a alegria de contribuir para a vitória de muitos? 

Todas as vezes que você ajuda alguém, você é invadido por uma sensação boa, de bem-estar e felicidade e essa vibração vai atrair coisas boas para você, como um imã. E é essa atitude de se colocar a disposição da prosperidade que vai trazer para você o cargo, o reconhecimento, o salário e o respeito almejados. Seja você o exemplo de líder que você quer ter e transforme o seu local de trabalho investindo tudo o que você tem de melhor!