Jornal ABC - 08 e 09/02, por JFBF

Passei alguns dias na praia e pude observar que em todas as áreas de acesso à areia, existem placas com regras claras proibido embarcações a menos de 200 metros da praia, proibido deixar lixo, proibindo churrasqueiras, proibindo acampar a por aí vai.  Também existem aqueles bons costumes subjetivos que asseguram que minha liberdade não invada a sua, como não jogar futebol na beira do mar no horário de movimento para não machucar ninguém ou não ouvir música naquelas caixinhas que podem tirar do outro o direito de relaxar ao som do mar. Mas existe uma Lei que me fez questionar o bom senso do nosso povo e que está bem clara em todas as entradas das praias que diz respeito aos animais. Não estou discutindo aqui o amor incondicional que podemos ter por um Pet ou mesmo se caberia um espaço exclusivo para eles. O que me chama a atenção é que as pessoas ignoram a Lei à revelia de todos os avisos e dos outros cidadãos que podem ou não gostar de cães. Por que o cachorro de um pode vir a praia e o do outro não, se o amor pelo animal é o mesmo e a Lei foi criada para todos? O que seria da praia se ninguém cumprisse nenhuma regra? Ao debater entre amigos o porquê daqueles donos de cães não cumprirem a lei, meu amigo argumentou que existem também os cães de rua e que esses são de responsabilidade da Prefeitura. Ora! Justificar um comportamento negativo do nosso povo transferindo a culpa para o Poder Público nos joga para mais longe da solução de qualquer problema do nosso País. Entendo que o cumprimento das regras deve partir do cidadão, concordando ou não. Concordo que caberia a prefeitura controlar e cobrar das pessoas que não seguem as leis, o que também não vi. Nesse contexto, minha mente de gestor da Fundação Semear já viaja um pouco mais e pensa num projeto que lanço aos quatro ventos para os líderes de comunidades com praias e defensores de cães abandonados: estabeleçam as regras para cães, mas deixem claro o valor da multa para quem não cumprir. Identifiquem moradores voluntários que fiquem responsáveis pela fiscalização a cada fração de areia na beira de praia. Treinem esses moradores para aplicar multas e conduzir os veranistas para casa com seus cães. Criem um fundo com o dinheiro arrecadado para tratar o problema dos cachorros de rua que alegam estar sob responsabilidade da Prefeitura.