18 de November de 2019
Deus de Einstein e Spinoza

Jornal ABC - 16-11, por JFBF

Quando Einstein dava conferências nas universidades dos EUA, na tentativa de desconstruir o cientista e sua teoria da relatividade ou mecânica quântica, era comum que alguém perguntasse o que ele achava de Deus. Para esse momento, Albert Einstein sempre respondia: eu acredito no Deus de Spinoza. Quem não havia lido Spinoza se calava. Mas quem conhecia Baruch de Spinoza, compreendia o que o teórico alemão pensava sobre Deus ou a natureza. Para o autor, Deus falou algo mais ou menos assim: “Eu o amo incondicionalmente, pois você é uma obra minha. Respeite o próximo, não faça ao outro o que não queira para você... Eu nunca disse que há algo mau em você, portanto não sinta culpa ou me peça perdão. Siga em frente com a intenção de acertar. Não há nada a perdoar. Se Eu o fiz e enchi de paixões, limitações, sentimentos, necessidades, incoerências e de livre-arbítrio, como posso culpá-lo? Por que castigá-lo por ser como é? Esta vida não é uma prova, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o que há aqui e agora, e é exatamente o que você precisa viver para crescer. Você é livre para fazer da sua vida o céu ou o inferno. Usufrua da oportunidade que lhe dei com a certeza de que, se tivermos um encontro, Eu não vou perguntar se você foi comportado ou não. Vou perguntar se você gostou e o que você aprendeu com a experiência única que te proporcionei. Eu não quero veneração, quero que você me sita em seu coração. Quero que você sinta meu amor nas coisas mais simples, como olhar pela janela no final de tarde e contemplar o pôr do sol. Não me procure nas coisas materiais. Procure-me dentro de você.”