18 de April de 2019
Notariado garantiu economia de R$ 4 milhões aos cofres públicos na última década

Dados do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal mostram os Tabelionatos de Notas são aliados na desburocratização do País e na economia de tempo e dinheiro do cidadão

País de dimensões continentais, o Brasil tem, hoje, 5.570 municípios. Nem todos contam com uma agência dos Correios ou com uma igreja, e muitos não dispõem de casas lotéricas. Mas praticamente todos têm, em seus limites, um Tabelionato de Notas. São 13.627 cartórios em todo o País – um número três vezes maior que o de delegacias e 98 vezes superior à quantidade de postos da Polícia Federal. Essa capilaridade ímpar – não há outra atividade de prestação de serviços que chegue de forma tão direta ao cidadão brasileiro – faz do notariado um segmento com participação ativa na desburocratização da máquina pública por meio da simplificação de processos e da chamada desjudicialização, a resolução de conflitos antes que eles cheguem à Justiça e exijam maior investimento de tempo e dinheiro.

Em sintonia com as resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – como a que foi assinada no dia 19 de março criando um programa de desburocratização e simplificação da Justiça Federal –, o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB) divulgou dados que mostram o impacto da atividade dos notários na vida dos cidadãos. Desde 2007, quando os Tabelionatos de Notas foram autorizados a lavrar inventários, partilhas e divórcios, já foram feitos mais de 2 milhões de atos deste tipo. O impacto é ainda maior quando se observa a economia gerada para o erário público nesse período. Segundo estudo do Centro de Pesquisas sobre o Sistema de Justiça brasileiro (CPJus), cada processo que ingressa na esfera judicial custa, em média, R$ 2.369,73 para Estado. Com a delegação do serviço para os Cartórios de Notas – e a consequente desjudicialização –, foram economizados, desde 2007, mais de R$ 4 milhões. “Esse valor mostra a importância da atividade notarial no processo de melhoria dos serviços oferecidos pelo Estado à população e na otimização dos recursos públicos”, afirma o presidente do CNB, Paulo Ferreira.

Somente no ano passado, de acordo com o CNB, foram registrados, aproximadamente, cinco milhões de atos em todo o País – entre procurações, separações, divórcios, inventários, testamentos, escrituras, atas notariais e apostilamento de documentos. Foram cerca de 86 mil atos a mais do que em 2016. “O cidadão reconhece cada vez mais o papel do notariado na simplificação dos processos e na resolução de situações que antes demoravam anos para serem solucionadas na esfera judicial”, ressalta Ferreira.

Se depender da disposição do notariado, os Tabelionatos de Notas impactarão ainda mais positivamente a vida do cidadão. Em alguns estados, como no Rio Grande do Sul, o Tribunal de Justiça (TJ-RS) já regulamentou os serviços de mediação e conciliação em cartórios. Além disso, tramita, no Conselho Nacional de Justiça, uma resolução que pode incluir oficialmente os notários no escopo das atividades de combate à corrupção e lavagem de dinheiro no Brasil. “Essa é uma área em que o notariado pode atuar como braço direito dos órgãos de combate à corrupção, cruzando informações disponíveis em bancos de dados e acompanhando transações suspeitas. É uma atuação decisiva para que o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro seja cada vez mais eficiente no Brasil”, destaca o presidente do CNB.

Atos

Ano em que passou a ser oferecido em Tabelionato de Notas

Tempo médio de tramitação antes de ser feito em Tabelionato de Notas

Tempo médio de tramitação no Tabelionato de Notas

Divórcio

2007

Um ano

Um dia

Inventário

2007

Processo lento, que se arrastava por anos

Dois meses

(inventário extrajudicial)

Usucapião

2015

10 anos

120 dias

(usocapião extrajudicial)

Apostilamento de documentos para serem utilizados no Exterior

2016

De 6 meses a um ano

Até 5 dias úteis


Sobre o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal

O Colégio Notarial Brasileiro (CNB) é uma organização sem fins lucrativos que congrega os tabeliães do País, a fim de representá-los perante a comunidade e o poder público. A entidade representa mais de nove mil notários e congrega os tabeliães de notas e de protestos em cada Estado. O principal fim como sociedade civil de direito privado é colaborar no aperfeiçoamento dos serviços notariais, evoluindo sua atuação e somando benefícios aos usuários em todos os cantos do Brasil. Tem como missão estimular a união, a ética e o desenvolvimento dos associados. Com sede em Brasília, sua diretoria é composta pelo presidente, Paulo Roberto Gaiger Ferreira (SP), 1º vice-presidente, Emanuelle Perrotta (BA), e 2º vice-presidente, Filipe Andrade Lima Melo (PE). Os principais assuntos tratados pelos tabelionados estão relacionados aos campos do direito de família, doação e sucessão, imobiliário, empresas e conciliação e mediação. O notário, ou tabelião, é o profissional do direito a quem é delegado o exercício da atividade notarial, sendo responsável por formalizar atos jurídicos como uma compra e venda e, ao mesmo tempo, auxiliar o Estado no cumprimento das leis e fiscalização dos impostos.

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